Transformação Contínua

Neste mundo nos deparamos com a realidade que vivemos e a realidade que o jogo de interesses nos impõe. Distinguir estes dois pontos, principalmente na sociedade de consumo, é distinguir entre a escravidão e a liberdade... você é escravo ou livre?

domingo, 19 de setembro de 2010

Criados para produzir felicidade



Recentemente tive a oportunidade de assistir a palestra do estatístico Nic Marks  na qual, ele fala sobre um  levantamento feito em diversos países e continentes, no qual  constatou,  que a nossa alegria não esta associada ao tanto  de bens que conseguimos acumular, mas na quantidade do bem que conseguimos fazer.
Nesse estudo ele comprova, através dos métodos descritos na palestra, que somos mais felizes quando fazemos pessoas felizes. Nossa mente tem a capacidade de fixar esta energia ao nosso redor, produzindo a vontade de continuar fazendo mais e mais aquele bem. Na palestra ele cita um exemplo de duas pessoas, onde cada uma delas recebe cem dólares, a primeira tem a missão de gastar todo o dinheiro consigo e a segunda tem a missão de gastar todo o dinheiro com os outros. Quando chegou o final do dia, as duas pessoas foram testadas para medir o grau de felicidade,  a conclusão foi a seguinte; quem  gastou o dinheiro com outras pessoas ficou muito mais feliz!  O fato é que quando fazemos o bem ao próximo, produzimos diversas possibilidades de felicidade, tornando cada segundo de sua duração, uma experiência singular  no exercício da semelhança a Deus.
 Por outro lado, o modelo consumista que vivemos, embasado  no ato de trabalhar para ter dinheiro, ter dinheiro para comprar mais e, por conseguinte, trabalhar mais para pagar “aquilo novo” que estamos tendo, nos conduz a uma tristeza social, pois nos rouba o que temos de mais precioso, que é a nossa convivência com aqueles que amamos. O termo tristeza social, é aplicado, pois não se trata mais de uma tristeza individual, toda a sociedade esta adoecendo em consequencia dessa tristeza.  Em determinadas situações somos de tal forma oprimidos pelo modelo atual  que acabamos deixando de fazer aquilo que mais gostamos que é o ato de compartilhar.Passamos a não repartir nada, ficamos egoístas e  escravos da incapacidade de doar, mesmo que seja um pouco do nosso precioso  tempo aos que mais amamos. 
Neste mesmo experimento, ele se surpreende ao identificar que as pessoas mais felizes não são as que moram na America do Norte  ou na Europa , as pessoas mais felizes do mundo vivem na Costa Rica  , e pasmem, elas não tem o luxo e a exacerbação de “coisas” que as pessoas que moram nos continentes ricos tem, com isso fica claro que ; “coisas” não deixam pessoas felizes!
 Pessoas deixam pessoas felizes!  
Para sermos felizes, precisamos ter uma vida digna, uma boa  relação com a comunidade e com o ambiente que nos rodeia mas acima de tudo precisamos estar em contato constante com as  pessoas que amamos, estes são os elementos que nos fazem felizes.
Não fomos criados para extremos, quando fugimos de nossa natureza e nos escravizamos pelo trabalho ou pelo consumismo, nos impossibilitamos de tomar os caminhos que nos  conduzem a alegria, este desequilíbrio se reflete na forma destrutiva  que nos relacionamos,  com as pessoas, com o meio ambiente e com todo que realmente vale a pena na nossa vida. Tudo acontece, pois, nos desconectamos das pessoas que amamos, do ambiente que vivemos, e o pior, deixamos de viver a vida para qual  fomos criados para viver. Passamos de seres designados para o equilíbrio e amor, a seres escravizados  pelo descontrole e pela  insaciedade. Tudo isso nos afasta a passos largos da principal vocação de nossa existência;  seguir sendo felizes  enquanto fazemos pessoas felizes.
Olhar a nosso redor de forma mais responsável, e o posicionamento  como  agentes de felicidade é o primeiro passo para a reconstrução de nossa natureza humana. A função de um agente de felicidade é tornar a vida das pessoas a sua volta mais prazerosa através de atos concretos, não importando a aparente simplicidade de cada um deles. Atos como:  um olhar de respeito aos nossos subordinados, mais momentos de convivência com  nossos  filhos e entes queridos, maior  valorização do  trabalho feito por aqueles que  nos rodeiam através da manutenção de  ambientes livres de pequenas sujeiras e papeis, conservação dos recursos ambientais que ainda nos restam, enfim, todos estes são alguns exemplos de coisas simples mas essenciais para darmos  os primeiros passos em direção a nossa mudança real de atitude.
 Muitas vezes, quando  viajava pelo interior,  tive a oportunidade de chegar a casa de pessoas muito simples, e mesmo já tendo tido a oportunidade de visitar lugares luxuosos e suntuosos, nada se compara aos momentos que passei em casebres ao longo de estradas, onde viviam pessoas repletas de amor. A oportunidade de compartilhar das suas mesas, me permitiu  experimentar do  melhor, pois por mais paradoxal que seja, quando você entra na casa de uma dessas pessoas, elas colocam o que tem de melhor a mesa. Tal momento é tão sublime que me reservo a descrevê-los como inverbalizaveis. Assim são as coisas que fazemos aos outros com um profundo amor, tornam-se difíceis de serem descritas através das palavras, pois são frutos de uma linguagem nascida no coração e compreendida somente pelos corações que experimentaram coisas semelhantes.
Tenham uma ótima semana.

Clique aqui para ver a palestra do Nic - Legendada para varios idioma